A Evolução de Construtos Sociais Uma proposta de reconceitualização da sociobiologia para a compreensão de redes sociais interdependentes como “organismos” em evolução usando A Sociedade de Corte, de Norbert Elias
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Abstract
A aplicação, por sociólogos, do conceito de evolução por seleção natural tem encontrado forte resistência desde Herbert Spencer (1820-1903), marcada por noções obscuras de poder e de autoridade associadas a uma aplicação acrítica e entusiástica da seleção natural a noções elegantes de raça e privilégio. Sociobiology (1975) de E. O. Wilson (1929-) tentou reacender as possibilidades do discurso evolucionário empregando a genética moderna na compreensão dos sistemas sociais, mas foi obstado pelo legado das questões de raça e por noções liberais de “determinismo genético”. Neste texto, o arcabouço sociobiológico é reimaginado através de sua extensão, partindo de mecanismos comportamentais e genéticos individuais para a figuração social de redes de atores em larga escala. Empregando as ferramentas conceituais e a análise histórica de Norbert Elias em The Court Society (1983), detalhando a corte de Luís XIV e a interdependência entre seus membros, sugerirei que essas redes de interdependência compostas por atores individuais são facilitadas e constrangidas pelo processo de seleção natural, de modo que podem ser analisadas neste sentido. O emaranhamento de dependências criadas pelos atores nessa rede produz pontos de “aglomeração” que identificam a forma das redes e sua função como “organismo social”. O que se ganha em compreender a fluidez orgânica das redes sociais, o modo pelo qual são formadas, moldadas, desenvolvidas, e a maneira pela qual conflitam com figurações sociais concorrentes, pode prover uma forma nova e naturalmente derivada de interpretar as redes de atores sociais interdependentes, e oferecer uma maior profundidade na conceitualização das relações sociais humanas. Por fim, uma visão da história e da sociologia como essa pode se alinhar aos princípios da Grande História através da compreensão do sujeito humano como atrelado aos mesmos processos de desenvolvimento que se impõem a todas as formas de matéria no Universo pelos últimos 13,8 bilhões de anos.
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